Oi amigos! Recebi esse comentário sobre o jogo com Baralho Cigano, e acabor por ser uma série de questionamentos muito bem vindos por sinal. Não tenho respostas para tudo, mas adoro conversar sobre esse assunto!
Então, longe de querer ter “certezas” convido vocês a viajar um pouco em algumas dessas questões! Eis o comentário de nossa Ciganinha:
“Evito falar do futuro quando abro as cartas, mas, de vez em quando, tento responder perguntas do tipo 'ele vai voltar?' ou o tratamento para engravidar vai dar certo?' e me pergunto - onde está o livre-arbítrio da pessoa se o baralho já está prevendo algo que ainda não aconteceu?
E às vezes o baralho encoraja a pessoa a passar por determinada situação, então mesmo que no final a resposta seja não, ele responde que sim e vice-versa. Ou que às vezes, a situação não se concretiza mesmo com todas as estrelas do céu a favor.
Quando abrimos um jogo, independente de ser um jogo pequeno ou grande, nossa responsabilidade é imensa, pois somos os interpretes de um conjunto de signos, símbolos, Arcanos, que trazem uma mensagem pura e simplesmente.
A Cartomancia é a nossa ferramenta, e quando a usamos cabe a nós saber como dosar a força, direcionar a ação, saber quando avançar num ponto, ou mesmo interromper seu uso. O jogo de Cartas traz a oportunidade de caminharmos no tempo, na polaridade das questões e assim vamos descobrindo vias laterais e encontrando conexões que falam da vida da pessoa e de algumas possibilidades que podem ser uteis.
Lidamos com vários tipos de consulentes e a todos tentamos fazer com que o Baralho responda da melhor forma, e podemos garantir isso pois estamos a disposição da leitura. Apenas lemos, o consulente decide, felizmente pois a leitura diz respeito a vida dele, não a nossa vida!
Deixamos as Cartas passarem seu recado, e vamos caminhando na leitura mostrando caminhos possíveis, as dificuldades que se apresentam e as possíveis ferramentas para lidar com elas.
Mesmo munidos da intuição e alguns cartomantes também munidos de dons mediúnicos, na hora da leitura é fundamental o conhecimento profundo de cada Arcano, uma entrega incondicional e imparcial a leitura, o respeito ao recado que as cartas trazem, e um foco bem direcionado para podermos refletir as mensagens que as cartas passam. Nessa hora é claro que cada pessoa tem seu jeito, seu talento para comunicar o recado das cartas.
Não adivinhamos nada, o Baralho é Arte Divinatória, isso feito cabe ao consulente decidir o que vai fazer com o que foi dito, e muitas vezes a leitura traz para a consciência aquilo que a pessoa já sabia, o Baralho apenas deixou mais claro o caminho a seguir.
O livre arbítrio acontece desde a hora em que alguém decide sentar em uma mesa com a cartomante, até o momento em que após ser notificada de algo decida o que vai fazer com aquilo!
Sempre que jogo para alguém que não conhece meu trabalho, procuro explicar o que ela pode esperar do jogo, inclusive que muitas vezes, apesar da pessoa estar muito interessada em um tema, as vezes o “recado” mais importante da mesa é outro.
Com um pouco de habilidade, acabamos levando uma ajuda a quem precisa, e abrindo algumas possibilidades que antes não eram vistas.
Apenas damos o “recado”, mais nada, e quanto menos interferimos ou direcionamos o jogo, maior o nosso acerto.
Já joguei algumas vezes para pessoas que após perguntar sobre algo, e não ouvir a resposta desejada, insistem para eu veja de novo…para quê?
Para agradar ao consulente? As Cartas são muito diretas, amigas, e nos respondem com muito respeito, e é com esse mesmo amor e respeito que eu escuto o que elas dizem. Depois disso, é com o outro!
Vemos o que nos é mostrado, e com o exercício da leitura, vamos conseguindo encontrar um estilo de leitura e interpretação que nos ajuda bastante. No meu caso, tudo começa com a abertura do jogo com uma oração, o que me deixa muito serena e focada, depois converso, explico como é meu trabalho e o que poderá esperar daquele encontro!
No mais penso assim: As Cartas estão vivas, elas me olham, são minhas amigas e conversam comigo. As vezes, mesmo quando pergunto uma coisa elas me chamam para ver o outro lado da questão. Como são minha amigas eu escuto, e assim, vamos trocando idéias, e a partir dessas idéias eu vou conversando com o consulente. Respeito sua dor, respeito sua ansiedade, mas não posso agrada-lo pois assim perderia todo o sentido estar ali pois estamos descortinando algo, abrindo uma possibilidade nova…
Quando as cartas não falam aquilo que ele espera ouvir, complemento com algo positivo que poderá acontecer, ou mostro caminhos para se auto desenvolver…assim trabalhamos com muitas informações, e também ficamos felizes com o trabalho!
Deixo um bjo para todos os amigos desta Tzara!
Que Sara nos ajude a ver estrelas no céu!